Morreu de quê?

A época em que os brasileiros faleciam de maneira ridícula.

       "Morreu de quê?"        "- Reboliço do espinhaço"     

Houve um tempo em que se morria de cupins nos pés e de cãibra no sangue. Ao menos é o que consta nos livros de óbitos brasileiros escritos até meados do sec. XIX, que estão sendo estudados por pesquisadores de São Paulo, Rio de Janeiro, e Brasília. Na época, os responsáveis por determinar a causa das mortes eram os padres, que não tinham lá noção do que faziam. Às vezes, atestavam simplesmente que a vítima "faleceu de repente"; durante mais de 300 anos, os defuntos eram enterrados no interior ou nas imediações das igrejas brasileiras. A prática passou a ser contestada por médicos sob a alegação de que as tumbas próximas da população atentavam contra a saúde pública. Assim, os enterros nas igrejas começaram a ceder espaço aos cemitérios públicos. Já nessa época, havia pressão dos intelectuais para que os corpos fossem examinados por médicos, não por párocos, em virtude do rigor científico. 

De que morriam os brasileiros? Conheça um pouco das mortes mais bizarras:

*Ano da morte - nome - causa atestada*

1768 - Maria Antônia -   Alienação dos sentidos;

1771 -  Cônego Tomé Pinto -   Subitamente, porque acharam morto na cama;

1859 - João -   Cãimbra no sangue;

1860 - João (escravo) -   Congestionamento cerebral;

1860 - Francisco Antônio -  Cupim nos pés;

1861 - Maria Joana das Dores -   Apressadamente;

1861 - Hermenegildo -   Morte repentina envolto a cetim vermelho;

1862 - Joaqum de Jesus -   Ataque cerebral;

1862 - João Baptista -   Mal de fogo;

1862 - Paixa -   Quebradeira de espinhaço;

1868 - João -    Marasmo

Fonte: Registros extraídos em leitura paleográfica pelo historiador José Luiz Cavalcante, Arquivo Histórico Municipal de Ouro Preto;

Achou que era sacanagem? 

FIMU ~