segunda-feira, 25 de abril de 2011

Segunda Negra

Vista do crepúsculo, no início do século

                                                                     
Está envenenada a terra que nos enterra e nos desterra.
Já não há ar, só desar.
Já não há chuva, só chuva ácida.
Já não há parques, só parkings.
Já não há sociedades, só sociedades anônimas.
Empresas em lugar de nações.
Consumidores em lugar de cidadãos.
Aglomerações em lugar de cidades.
Não há pessoas, só públicos.
Não há realidades, só publicidades.
Não há visões, só televisões.
Para elogiar uma flor, diz-se: "Parece de plástico".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, mostre sua opinião. Fique à vontade. Críticas ou elogios