sábado, 13 de outubro de 2012

Democracia em sabores

Preços baratos, tempo curto: as máquinas humanas recebem seu combustível e de imediato retornam ao sistema produtivo. O escritor alemão Günter Wallraff trabalhou num desses 'postos de gasolina' em 1983. Era um McDonald's da sua cidade Hamburgo, que não tem culpa das coisas que fazem ao seu nome. Wallraff estava correndo, sem parar, salpicado de gotas de azeite fervente: uma vez descongelada, a c
arne do hamburguer tem apenas 10 minutos de vida. Depois, estraga-se; é preciso levá-la à chapa sem demora. Tudo tem o mesmo gosto, batatas fritas, as verduras, a carne, o frango. É um sabor artificial, ditado pela indústria química, que também trata de ocultar, com corantes, os 25% de gordura que a carne contém. Esta porcaria é a comida preferida do início do século. Seus mestres-cozinheiros se formam na Hamburguer University, em Elk Grove, Ilinois. Mas os donos do negócio, segundo fontes bem informadas, preferem os caríssimos restaurantes que oferecem os mais sofisticados pratos daquilo que se convencionou chamar comida étnica: sushi, thai, persa, javanesa, hindu, mexicana... Democracia não é brincadeira.











FIMU~

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