quarta-feira, 20 de julho de 2011

A pedra azul

Cidade de goiânia, setembro de 1987: dois papeleiros encontraram um tubo de metal num terreiro baldio. Quebraram-no a marretadas e descobrem uma pedra de luz azul.



A pedra mágica transpira luz, azulece o ar e dá fulgor em tudo que toca.
Os papeleiros partem em pedaços essa pedra e os oferecem aos vizinhos. Quem passa a pedra na pele, brilha à noite. O bairro todo é uma lâmpada.

O pobrerio, subitamente rico de luz, está em festa.
   No dia seguinte, os papeleiros vomitam. Comeram manga e coco, será por isso? Mas todo bairro vomita e todos estão inchados e com queimaduras. A luz azul queima, devora, mata e se dissemina levada pelo vento, pela chuva, pelas moscas, pelos pássaros.

Foi uma das maiores catástrofes nucleares da história. Muitos morreram, e muitos ficaram inutilizados para sempre. Naquele bairro do subúrbio de Goiânia ninguém sabia o que significava radioatividade e ninguém jamais ouvira falar do césio 137.
Chernobyl ressoa diariamente nos ouvidos do mundo. De Goiânia, nunca mais se soube. Em 1992, Cuba recebeu os meninos enfermos de Goiânia e lhes deu tratamento médico gratuito.
Tampouco esse gesto teve maior repercussão, embora as fábricas universais estejam sempre muito preocupadas com Cuba.
  Um mês depois da tragédia, o chefe da polícia federal em Goiás, declarou:

- "A situação é absurda. Não existe ninguém responsável pelo controle de radioatividade que se usa para fins medicinais."



FIMU~

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